sábado, 8 de agosto de 2009

Esperança

Quem, porventura, neste labirinto
— a vida — em que tudo passa
não esvazia também a sua taça
de fel e de absinto?

Hoje ou depois, cedo ou mais tarde (é condição
natural do Gênero Humano!)
cada qual tem o seu quinhão
de sofrimento, dor e desengano

Não me maldigo, pois, se em meio do trajeto
da vida vou rolando — inútil caminheiro —
qual um ser abjeto,
sem que possa tomar outro roteiro…

Quantos, como eu, existem de alma supliciada
pelo estigma da dor!…
No entanto esperam ver ainda realizada
antes do fim da acidental jornada
a doce aspiração do seu amor!

Espero, embora às vezes desespere
no dilema — vencer ou ser vencido…
É sobre-humana, aliás, a resistência
que para alcançar o meu ideal querido
ofereço, em meio à luta que me fere
sem dó e sem clemência…

Esperar é confiar.
É um meio assaz esplêndido e sereno
esse de a gente
indiferentemente
hesitando entre o bálsamo e o veneno
as maiores desgraças suportar!

Luís Patriota

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