terça-feira, 24 de novembro de 2009

Clarice Linspector: A gente se acostuma


"Eu sei que a gente se acostuma.
Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos
e a não ter outra vista que não as janelas ao redor.
E porque não tem vista,
logo se acostuma a não olhar para fora.
E porque não olha para fora,
logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas.
E porque não abre as cortinas,
logo se acostuma a acender cedo a luz.
E a medida que se acostuma,
esquece o sol,
esquece o ar,
esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado
porque está na hora.
A tomar o café correndo porque está atrasado.
A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem.
A comer sanduíche porque não dá para almoçar.
A sair do trabalho porque já é noite.
A cochilar no ônibus porque está cansado.
A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone:
"Hoje não posso ir".
A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta.
A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo,
o que deseja e o de que necessita.
E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar.
E a pagar mais do que as coisas valem.
E a saber que cada vez pagará mais.
E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro,
para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma à poluição.
Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro.
À luz artificial de ligeiro tremor.
Ao choque que os olhos levam na luz natural.
Às bactérias de água potável.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer.
Em doses pequenas, tentando não perceber,
vai afastando uma dor aqui,
um ressentimento ali,
uma revolta acolá.
Se a praia está contaminada,
a gente molha só os pés e sua no resto do corpo.
Se o cinema está cheio,
a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço.
Se o trabalho está duro,
a gente se consola pensando no fim de semana.
E se no fim de semana não há muito o que fazer,
a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito,
porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza,
para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas,
sangramentos,
para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida.
Que aos poucos se gasta,
e que se gasta de tanto se acostumar,
e se perde de si mesma..."

domingo, 22 de novembro de 2009

I am sick of lying II


Estava lendo o post sick of lying e resolvi colocá-lo de novo. Acho que é um momento certo para relembrá-lo aqui. Fiz alguns ajustes no português dado ao frenesi com que escrevi o antigo, e claro, adicionei algumas ciosas. aqui vai:
 
Eu coloquei textos que fizeram parte das minhas experiências cristãs ultimamente. Mas faltou uma coisa e eu não posso deixar de terminar o ano sem escrever o que vou escrever. Estive lendo um livro do Pastor René Kivitz chamado Outra Espiritualidade. Ele deixa bem claro que está cansado desse cristianismo infantil que tanto vemos por ai. E eu quero também prestar minha indignação também. Quero deixar bem claro que eu estou cansado! Sim, estou cansado desse nosso cristianismo que muitas vezes estive envolvido e pensei estar certo. Estou cansado das pregações vazias, das orações repetitivas e dos discursos chatos. Estou cansado, meus amigos...
Bem que eu poderia até dizer pra mim mesmo que o melhor é não falar, mas continuar calado. Porém, não posso. Não consigo mais. A coisa chegou num patamar do insuportável e eu simplesmente não posso mais aguentar. Preciso reclamar, preciso falar, não consigo mais me conter!!!Estar silencioso é não fazer o q é certo e isto é pecado, pelo que eu saiba...
Pra começar, vamos á palavra pregada. É de se lamentar que tantos pastores subestimem a palavra de Deus. É a mesma ladainha de sempre. Eu não aguento mais ouvir a mesma coisa. Desde o "diga pra o seu irmão: Deus te ama...Deus tem um plano em sua vida...bla bla bla" até o "temos que obedecer, meus irmãos, porque quem não obedece tem sua vida amaldiçoada"... Além de frases teologicamente suspeitas, elas vêm sozinhas, sem desenvolvimento algum do texto. Pega-se por exemplo, o texto de salmos 91.1 e o que ouço é basicamente: "Irmãos, temos que estar na sombra do Todo-Poderoso, porque assim estaremos seguros...."
Caramba! Será possível que se repita o que já se leu? Será possível que não se tenha nenhuma novidade? Irmãos, eu li que Deus revela segredos aos que o buscam. Ou os pastores não o querem buscar ou Deus não quer revelar! O que nos leva a simples conclusão que o problema não é Deus. São os pastores! Estou cansado das pregações simplistas, que não querem chegar a lugar nenhum e que não saem de nenhum lugar...não se ouve nada novo...não se tem uma busca pelos originais, não se vê nenhuma preocupação em destrinchar o texto e o resultado não pode ser outro que uma pregação sem pé nem cabeça, além de chata( alguns pastores conseguem impressionar através da sua voz, mas com o mesmo resultado.) Pra mim, isso é um desrespeito tanto pela palavra, que é tratada simploriamente, como também pelo ouvinte, que tenta viver uma vida cristã digna mas que ouve nada menos que a mesma coisa. Eu nuca ouvi na minha vida inteira uma pregação que citasse abundantemente os pais da igreja( em algumas igrejas, como a que estou agora, a presbiteriana de Copacabana, dá-se o devido valor ao bom berço cristão...infelizmente isso é raríssimo hoje em dia), os puritanos ou outros grandes pregadores. Porém basta ler uma mensagem do Spurgeon pra se perceber o respeito com a palavra, a minuciosa escolha das palavras e a profundidade de seu conteúdo. Parece que se está num outro mundo da pregação. To cansado desses pastores simplórios...pra mim era melhor que não ouvesse pregação desse tipo...seria menos desgastante pras nossas mentes e pros nossos ouvidos...
Quando fui pregar na Igreja Batista Calvário para os jovens, orava ao Senhor todo dia pedindo o seu conselho, a sua sabedoria e sua graça. Anotava tudo o que vinha na minha mente e tive que refazer várias vezes a abordagem dos texto o do meu raciocínio para que fosse coerente. Foi árduo! E claro que foi e sempre será. Se tratamos um texto bíblico com desprezo, achamos na verdade que somos nós os capazes e que por isso não se precisamos pesquisar e buscar nada. Mas se nos colocamos em nosso lugar e reconhecemos nossa incapacidade, encaramos a seriedade que é a pregação. Passamos a reconhecer quão valiosa é a palavra de Deus pra ser exposta de qualquer jeito. E é um prazer sem palavras ver que Deus realmente fala coisas interessantíssimas e que quando acabamos, somos outra pessoa.
Mas a coisa não pára por ai. O problema do nosso cristianismo está muito além da palavra. Nós vemos na hora do louvor também. E aqui mais uma vez eu digo: Não aguento mais!
É impressionante. As pessoas só querem adorar! Elas querem chorar, chorar e continuar chorando! É um chororô sem fim! Ficam pedindo o perdão de Deus, pra que ele possa fazer um milagre em suas vidas, pra subirem o mais alto só pra ver Jesus, querem pisar na cabeça do Diabo, querem ser restituídas, querem que Deus as ensine a obedecer e a ter santidade, etc, etc, etc. Depois que o diante do trono começou com essa história do "eu me arrependo Senhor", todo mundo começou a chorar arrependido de seus pecados. E o que mais vemos é todo mundo querendo tocar no coração de Deus, pegar nas sandálias de Jesus e fazer o pai sorrir. Tem CDs que são lançados para a gente colocar no nosso quarto e ficar lá, prostrado, adorando, adorando, adorando....numa coisa meio mística (é só colocar um pouco de incenso que vira um verdadeiro ritual budista). Músicas que se repetem por 15 minutos, cânticos espontâneos e danças são a moda do louvor hoje em dia. É impressionante como pegou e hoje qualquer igreja tem de ter seu grupo de dança, e se não tiver parece que falta algo no culto (adivinhem, a minha igreja não tem grupo de dança e é uma bênção.) Há muita coisa desnecessária nas igrejas de hoje pelo que vejo, se dança tanto e se adora tanto que quando chega a parte da palavra ninguém aguenta mais. Afinal o importante é adorar e não ouvir a palavra...é o que inconscientemente se diz no culto...
Mas não pára por aqui também.Nossa visão do cristianismo também está equivocada. Precisamos pensar um pouco a respeito disso. Pra começar, nossa noção de arrependimento está equivocada. Associamos arrependimento com esse chororô frenético dos últimos tempos e ficamos sem saber o que realmente significa o arrependei-vos. O termo usado por Pedro em seu discurso em Atos 2 é o mesmo que o usado por Paulo em Romanos 12: Metanoia. Arrependimento não é choro nem lamentação. Arrependimento é transformação. De vida, de pensamento, de atitudes! Acho que Deus também não aguenta tanto choro de crente no momento de culto. Chega de se fazer de coitadinho irmãos e vamos tomar vergonha na cara e transformar nossas atitudes. Chega de tentar subir nas árvores pra ver Jesus e vamos começar a chamar sua atenção com a excelência de nossas vidas. Em segundo lugar, esse conceito de Deus fazendo isso e aquilo por nós faz parte de uma cultura católica de passividade. Esse cristianismo passivo é pernicioso! É perigoso e precisa ser combatido. Pra exemplificar, vejamos uma das músicas que mais se canta hoje em dia: Entra na minha casa, entra na minha vida..etc...em uma parte diz: " Me ensina a ter santidade...faz um milagre em mim." Meus irmãos, sejamos sinceros. Deus não nos ensina a sermos santos. Santidade, além de um estado, é uma atitude, pois nós lemos na bíblia: todo aquele que tem essa esperança, purifica-se a si mesmo!!!!!ao cantarmos me ensina a ter santidade, transferimos pra Deus algo que é de nossa responsabilidade.To cheio disso irmãos, dessa passividade que o tempo todo se prostra diante de Deus como se fôssemos tomados por Deus de uma forma mística. Não vamos confundir humildade com passividade! Chega disso. Vamos tomar jeito. Nada de esperar de Deus que a nossa vida se torne isso e aquilo. NÓS somos moralmente responsáveis por nossos atos, como diz René Kivitz e o que eu vejo na bíblia não é um cristianismo passivo, mas altamente vivo interiormente e exteriormente. Vejamos por exemplo a igreja primitiva. Eles caiam na graça do povo...e por que? com certeza não era porque ele viviam adorando e chorando nos cultos! Ao contrário, em suas vidas, eles mostravam o que significa ser cristão! Do fruto do Espírito que Paulo fala, somente um é interior, que é a temperança, ou domínio próprio. Todos os outros são externos, isso é, devem ser vistos. O problema é que nós não queremos ser vistos. Queremos sentir. O que importa é sentir, é adorar, e ser tomado por Deus e ter uma 'experiência" com Ele, etc.....Mas Chega! Eu não vejo Deus me pedindo esse cristianismo que está sempre sentindo e esperando. Jesus disse que os adoradores adoram em espírito e em verdade. Há muita racionalidade aqui! Há muita atitude e menos emoção.
Deveríamos aprender mais com Lutero e sua Reforma. Este homem de Deus utilizou o louvor como ferramenta para o ensino das verdades cristãs. Seus propósito não era fazer o povo sentir e é impressionante vermos declaraçõs como: "o louvor de hoje foi uma bênção. Nossa, como eu sentí e presença de Deus." Em nossa preocupação em sentir Deus, nos desviamos do propósito do louvor de adorar a Deus, entronizá-lo, louvá-lo por seus feitos e agradecê-lo por mandar Jesus, nosso redentor. Não cantamos mais músicas como "Dá-me mais graça, Senhor, dá-me mais graça, passa os teus dedos nos meus olhos, vem me consolar..." ou "Cristo levou sobre si as nossas dores, ele levou sobre si as nossas maldições...".O que vemos é músicas do tipo " Restitui, eu quero de volta o que é meu" ou "Eu fui no terreno do inimigo e eu tomei tudo o que me roubou...". Percebe como é sutil nesse tipo de música uma centralização na vontade do homem e não na vontade de Deus? É, a coisa é séria. Começamos a cantar para satisfazer nossos desejos. Começamos a adorar a criatura em vez do criador. E tem mais. Deixe-me confessar aqui. É muito ténue a linha que divide uma verdadeira adoração de uma adoração mística. Em música isso é muito fácil. Eu mesmo como músico sei que eu posso sentir muito mais numa apresentação de musica clássica do que no louvor apresentado a Deus. A diferença está não no sentimento, mas em quem recebe. É claro que o Espírito de Deus testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus, mas ao meu ver isso não tem a ver o sentir, mas com o saber! Nós sabemos que somos filhos de Deus e por isso O adoramos. Isso é racionalidade, isso é adoração! E é por isso que adoração não é somente louvar. Por isso nós adoramos com nossas atitudes, pensamentos e cânticos; nós sabemos quem é o nosso pai e nós sabemos o que fomos, o que somos, o que vamos ser e o porquê de tudo isso.
Tem muito pano pra manga aqui. É preciso rever nosso conceito de cristianismo e começar a questionar as coisas. Eu sei que muitos não concordaram com algumas coisas aqui. Mas uma coisa é certa: sentir não é adorar! vamos tomar jeito e aprender isso ou nosso louvor nunca irá mudar. E vou mais além. Nunca nossa vida irá mudar se não aprendermos a deixar nosso mundo cristão de lado e formos ao mundo de Cristo. Nó aprendemos em nossa cultura a sermos água de torneira. O que o mundo precisa é de um pouco de água com gás. Sinto muito, mas as músicas lindas mas que não trazem verdades cristãs já não fazem efeito em mim. Eu não choro mais com os filmes e os dramas dos personagens. Essa cultura de ficar observando a história de outros me incomoda cada vez mais. É muito mais emocionante fazer a minha história. Questionar é muito melhor que contemplar. Chega. Pra mim chega. É muito fácil concordar com o que todo mundo diz. E se todo mundo dissesse como já disseram uma vez: "Jesus é mentira". Eu diria:"Vai-te verdade, pois tudo o que quero é Jesus".
Estou cansado de mentir, é o que diz o título deste post. E estou mesmo. Nossa, como é fácil viver em um cristianismo de mentiras. Ir ao culto nos domingos, sentir Deus no louvor, e ouvir uma pregação que não muda minha vida. Como é fácil ir vivendo sem questionar, sem nunca buscar uma gota a mais da palavra de Deus. Como é fácil colocar um CD no meu quarto e começar a sentir Deus e me emocionar. Ser água de torneira, sem gosto, sem gás, sem nada. Como é fácil viver nesse mundinho que nós muitas vezes criamos, num cristianismo que não muda nossa vida, que não nos fere, que não nos faz chorar, que não dói, que não nos custa nada. Pra mim, esse cristianismo me cansou. Eu não consigo mais viver nele. Estou saindo. Deixando de vez. Os que quiserem ficar, que fiquem. Eu não fico e digo com todo orgulho que vou nadar contra a correnteza. Vou enfrentar os perigos de se viver longe dos outros peixes, de ir pra lugares desconhecidos, de explorar rotas pouco comuns e de não saber o que vou encontrar. Quem quiser vir está convidado. Vai ser uma viagem em tanto...
 
Ao chegar 2010, meus planos agora envolvem a pós graduação em música pela UFRJ. Sabe, estou convencido: Nós somos realmente moralmente responsáveis pelas nossas escolhas. Há muita gente querendo ver Deus ou o Diabo em tudo e esquecem do ser humano. Não há nada pior que espiritualizar as coisas, pois acabamos por fugir da realidade. É igual à pornografia, ao álcool, aos vícios em geral, e  o cristianismo livre desses vícios  está disponível a poucos, embora a bíblia seja difundida tanto em nosso país. Você percebe o que quero dizer? Nós somos responsáveis pelo que fazemos de nossa vida, se vamos pra igreja ou não, se desistimos de lutar, se simplesmente afundamos em nossa visão cristã ou escolhemos lutar até o sangue por Cristo. Sabe, eu não entendo. Se somos discípulos de Cristo, deveríamos perceber que a estrada cristã leva ao mesmo caminho. Leva ao Calvário! É o fim da jornada! Se você atentar para o cristianismo, verá que no final, nós somos conduzidos a uma entrega total. A nossa vida, como a de Cristo, é feita para um propósito maior que nossos desejos egoístas. É claro que a cruz foi a nosso favor e que Jesus veio dar vida em abundância, mas como haveria de ter felicidade completa se ainda o noivo não está reunido cm a noiva? C.S.Lewis estava quando disse que o Cristianismo é a evolução do homem e por isso o mundo nos odeia tanto. Não vivemos mais se satisfazendo no sistema! Não precisamos de coisas para sermos felizes! É de chorar vermos o cristianismo como está hoje. É de chorar vermos as igrejas como shoppings, Crsito como mercado e a mensagem cristã como instrumento de escravidão. E aqui sim, é nossa responsabilidade a decisão de buscar um cristianismo verdadeiro ou não.  Gostaria de terminar lembrando para mim mesmo aquele mundo infinito de onde vimos e ao qual voltaremos. Eu quero encontrá-lo não porque quero ser um mártir, mas porque eu preciso! Eu não aguento mais os surtos de emoção. Eu não preciso ligar a tv para ocupar o tempo. Eu não preciso enfim do que o mundo diz que eu preciso para viver.Eu não quero sair em busca dos meus desejos. Eu quero dividir a felicidade! eu não quero, como diz Garret, trocar este céu de ventura pelo inferno da escrava cidade. A natureza é linda...
 
Só por que todo mundo diz, não signifique que seja verdade. E se não estou enganado, a ideologia do mundo é uma grande mentira.  Apesar de ainda viver no mundo, eu não quero mudar de acordo com a moda,.Eu prefiro o fardo leve que Cristo me oferece para viver. Eu prefiro a paz com Deus, em todos os sentidos que esta frase pode ter. Como diz René, a felicidade não é um lugar ao qual chegamos, mas sim como conduzimos nosso caminho até lá!

sábado, 21 de novembro de 2009

2010?


hmmmmmmmmm
faz algum tempo que não publico alguma coisa no meu blog.
Estava pensando justamente em 2010.
Mas antes uma retrospectiva: meu ano 2009 foi de muitas surpresas,algumas não muito boas. Acho q o q salvou esse ano foi minha prova do mestrado aqui no Rio. Nossa, eu estava preparado! Nada melhor do que estar preparado para algunma coisa. Acho q reconhecemos isso tantas vezes mas raramente nos lembramos disso quando perdemos. Não estávamos preparados! Ufa...passei no mestrado. Tirei mais um peso em direção ao alvo....
Bom, e então? Como será 2010? Ah, com certeza, mais desastres, mais catástrofes, mais alegrias, mais companhias, mais de tudo enfim, desse complexo mundo nosso de cada dia.
Uma letra diz: Não adianta fingir, nem mentir pra si mesmo agora..há tanta vida lá fora, aqui dentro, sempre, como uma onda no mar......
Eu entendia mal essa letra. Eu pensava q a onda no mar se referia somente ao aqui dentro, mas não, se refere também ao lá fora. Não há pessimismo aqui, mas expectativas, tal como cada onda é diferente da anterior....
Mas também não espero demais. Uma coisa para o qual somos preparados é essa verdade de saber nossas limitações. Algumas superamos, outras adiamos para o próximo ano. Não quero ser o melhor, só quero crescer....
Uma vez me disseram que eu devia me sentir muito orgulhoso pela maneira de tocar teclado na igreja..rsrs....graças a Deus a minha resposta não poderia ter sido melhor: Mas como poderia me sentir orgulhoso por isso, se tudo o que eu sei aprendi com os outros?....Não é à toa que toda a glória vai para Deus. Ele, que fez, literalmente CRIOU toda essa complexidade que somos, que nos deu toda essa vida, q permite q uma onda não seja igual a anterior...a Ele sim, toda a honra e glória.....
2010? Bom, só quero estar preparado.....

sábado, 12 de setembro de 2009

Novos Horizontes

No Rio de Janeiro….

Novos horizontes para 2009,2…jamais pensei que estaria aqui, mas como sempre, minha vida está sendo literalmente conduzida. Não foi diferente neste episódio. Mas, estando aqui, as coisas começam a ficar um pouco mais claras….quantas coisas há pra se ver, pra se aprender, pra se entender. Neste espaço quero hoje apenas escrever uma coisa: estou aberto a esse novo horizonte. novas amizades, novos hábitos, novidade. Penso que a novidade é algo fundamental na nossa vida, e Deus faz questão de colocá-las na nossa frente. No meu caso, literalmente. Aqui no Rio, as paisagens são lindas. O cenário deslumbrante. Tem aquele clima que eu adoro. Sim,  meus sentidos estão mais aguçados……

Ai ai…..enquanto eu escrevo essas linhas, estava pensando em como cheguei até aqui. É impressionante. Eu não me interessava por tantas coisas que hoje são tão importantes. Nossas vidas são conduzidas e somos influenciados por tudo o que passa por nós. Temos vislumbres, temos saldades, mas esses tempos não voltam e dia após dia somos conduzidos por esse ser inconfundível, infinito, que somente nos dá a idéia de como será. Q você acha que será o céu? Bom, eu acho que teremos experiências ainda melhores lá. Acho que tudo que aprendemos será ampliado e é por isso que procuro aprender o máximo enquanto vivencio um momento ou uma música ou um filme, uma adoração, uma partida, um beijo, um olhar, uma leitura, um observar…sim, pra mim são vislumbres de algo muito maior. C. S. Lewis disse uma vez do peso da glória que isto traz. Sim, eu vejo isso, eu sinto isso! Está ai, em todo lugar, em toda experiência, existe realmente esse algo por tráz de tudo o que existe neste mundo. Esse algo talvez seja a única coisa que é capaz de conduzir o ser humano. Por traz de toda mãe que cuida de seu filho, do pai que trabalha, do esforço de cada dia, da procura nossa de cada vida….exite esse anseio, esse pequeno desejo que diz que há um sentido maior além do que podemos ver. Existe um motivo para não sucumbir, não cair….

Novos horizontes, perspectivas e experiências. Agradeço a Deus por isso. É mais um bonito capítulo da minha história em que Ele me alegra e cuida de mim.

Obrigado!

Remembrance


by Emily Brontë

Cold in the earth--and the deep snow piled above thee,
Far, far removed, cold in the dreary grave!
Have I forgot, my only Love, to love thee,
Severed at last by Time's all-severing wave?

Now, when alone, do my thoughts no longer hover
Over the mountains, on that northern shore,
Resting their wings where heath and fern leaves cover
Thy noble heart forever, ever more?

Cold in the earth--and fifteen wild Decembers,
From those brown hills, have melted into spring;
Faithful, indeed, is the spirit that remembers
After such years of change and suffering!

Sweet Love of youth, forgive, if I forget thee,
While the world's tide is bearing me along;
Other desires and other hopes beset me,
Hopes which obscure, but cannot do thee wrong!

No later light has lightened up my heaven,
No second morn has ever shone for me;
All my life's bliss from thy dear life was given,
All my life's bliss is in the grave with thee.

But, when the days of golden dreams had perished,
And even Despair was powerless to destroy,
Then did I learn how existence could be cherished,
Strengthened, and fed without the aid of joy.

Then did I check the tears of useless passion--
Weaned my young soul from yearning after thine;
Sternly denied its burning wish to hasten
Down to that tomb already more than mine.

And, even yet, I dare not let it languish,
Dare not indulge in memory's rapturous pain;
Once drinking deep of that divinest anguish,
How could I seek the empty world again?

sábado, 8 de agosto de 2009

Esperança

Quem, porventura, neste labirinto
— a vida — em que tudo passa
não esvazia também a sua taça
de fel e de absinto?

Hoje ou depois, cedo ou mais tarde (é condição
natural do Gênero Humano!)
cada qual tem o seu quinhão
de sofrimento, dor e desengano

Não me maldigo, pois, se em meio do trajeto
da vida vou rolando — inútil caminheiro —
qual um ser abjeto,
sem que possa tomar outro roteiro…

Quantos, como eu, existem de alma supliciada
pelo estigma da dor!…
No entanto esperam ver ainda realizada
antes do fim da acidental jornada
a doce aspiração do seu amor!

Espero, embora às vezes desespere
no dilema — vencer ou ser vencido…
É sobre-humana, aliás, a resistência
que para alcançar o meu ideal querido
ofereço, em meio à luta que me fere
sem dó e sem clemência…

Esperar é confiar.
É um meio assaz esplêndido e sereno
esse de a gente
indiferentemente
hesitando entre o bálsamo e o veneno
as maiores desgraças suportar!

Luís Patriota