quarta-feira, 16 de julho de 2008

Memórias do Rio de Janeiro

Hoje eu voltei de viagem. Voltei do Rio de Janeiro. Nossa, que cidade! O Rio realmente continua lindo...
Mas vou ser sucinto aqui. Estou colocando esta nova postagem por ter aprendido algumas coisas enquanto conhecia o Rio. Quero contar aqui uma delas. Eu fiquei hospedado em três lugares diferentes. Em um desses lugares, estive sob a tutela de alguém que, vamos dizer assim, não combinava comigo. E, numa noite, eu, que tenho algumas manias, estava tentando dormir num quarto que dava pra cozinha e sala de janta, cada qual com seu relógio. Bom, devo confessar que algumas vezes não consigo dormir com o tic-tac de um relógio. Pra mim, é necessário às vezes completa ausência de som pra pegar um bom sono. Bom, esta noite foi uma dessas difíceis noites de pegar o trem das fases do sono. Aqueles dois relógios, um na cozinha, o outro na sala de jantar, estava me deixando louco...ás vezes entravam em harmonia e eu ouvia uma só batida. Outras vezes eles entravam em fase, musicalmente falando, de modo que eu pudia ouvir duas pra um mesmo segundo....que coisa louca!....cheguei á conclusão de que não pegaria no sono de jeito nenhum. Mas o que fazer? O que tinha de ser feito...peguei os dois relógios, tirei da parede e coloquei na outra sala, do outro lado da casa, de modo que eu não pudesse ouvir aquele barulho insuportável para meu sono.
Bom, uma solução, que realmente me fez dormir tranquilo.
Porém, eu não estava em minha casa e de manhã me peguei pedindo desculpas por ter tirado os dois relógios da parede. A dona da casa realmente ficou chateada comigo, e apesar de falar que os dois relógios estavam me incomodando, ela insistiu que os relógios não faziam barulho. Bom, devido a convivência que eu tinha tido nos últimos dias com ela, eu percebi claramente que não adiantaria discutir. Ela era extremamente metódica em seus hábitos e qualquer coisa contrária ao seu esquema seria mal vinda. Não quero justificar minha atitude aqui. Afinal, primeiro que se eu tinha convivido com ela ao ponto de chegar a esta conclusão (embora essa ficha caiu depois deste incidente), era óbviu que ela ficaria chateada. Segundo, eu não estava em minha casa e portanto, mudar objetos de lugar não era dever meu.
Este incidente me fez enxergar que às vezes não somos chegados a mudanças. Muitas vezes, fazemos o nosso calendário e nossas anotações para o dia, ou a semana, e nos sentimos chateados por algo que não ocorreu do jeito que nós queríamos. A permissão de mudança de nossas vidas somos nós que damos e não desconhecidos! Certo? Sim, mas Deus está acima dessas regras não é? Afinal, cristianismo, nós aprendemos, não se baseia em nosso conforto. Não somos cristãos para fazer o nosso próprio castelo em que ninguém pode tocar! Pelo contrário, nós levamos nossa cruz todo dia. Nós permitimos que Deus nos molde à sua vontade. Nós, enfim, somos transformados à imagem de seu filho a cada dia. Nossa, como isso é difícil. Mas cá entre nós, seria sem valor um cristianismo que não custa nada. Se foi necessário Cristo ser tentado no deserto, porque nós, seus discípulos, nos negaríamos a passar por tentações? Se foi necessário que Cristo entrasse em conflito com o mundo de sua época, porque então nós tentamos tantas vezes nos moldar ao mundo? Se foi necessário que Ele morresse na cruz, porque então se negar, como diz o hino cantado por Alessandra, a ser pregado ao seu lado?
Nós gostamos de dizer que somos cristãos, não? Mas você já se perguntou o que significa ser um cristão?
É impressionante que a maioria dos evangélicos vivem esse cristianismo infantil. Vivendo assim, eles estão vivendo um conto de fadas, onde o céu começa aqui. Céu, eu digo, felicidade. Creio que muitos há que não concordarão. Afinal, cristianismo é sofrer ou ser feliz? Eu diria, que cristianismo é padecer no paraíso! Ser cristão é levar a cruz e ao mesmo tempo ter vida plena. É não se conformar com o mundo e ao mesmo tempo transformá-lo através de atitudes. O cristianismo é difícil, porque implica uma postura ao mesmo tempo humilde e corajosa.
É, não é fácil ser cristão. Nunca foi, nunca será. Afinal, felizes os que choram, os pobres de espírito e os que são perseguidos por amor a Cristo. Busquemos isso!

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