“Naqueles
dias, levantou-se Maria, foi apressadamente à região montanhosa, a uma cidade
de Judá, entrou em casa de Zacarias e saldou a Isabel. Ao ouvir a saudação de
Maria, saltou a criancinha no seu ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito
Santo, e exclamou em alta voz: Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o
fruto de teu ventre.”
Temos visto em Lucas como Deus
transforma a vida de pessoas comuns, no caso aqui, a vida de Isabel e Zacarias.
Também vimos como Ele primeiro nos aprece e oferece algo novo, melhor daquilo
que vemos comumente. Como disse o anjo a Maria, “Descerá sobre ti o E. Santo e
o poder do altíssimo te envolverá.” Pois bem, o texto fala do encontro das duas
(das três) personagens principais do texto até agora: Maria e Isabel. Lucas não
fala o que disse Maria, mas fala das conseqüências: a criancinha no ventre de
Isabel saltou.
Diante daquilo que tenho visto em
Lucas, eu, particularmente, vejo alguns pontos interessantes aqui. Primeiro, a
importância deste encontro. Deus está fazendo algo grandioso nestas duas
pessoas, mas lembre-se que Isabel foi a primeira a engravidar. Não sei se você
entende aonde quero chegar, mas eu vejo um outro sentido aqui, baseado
no fato de que comparei Maria, alguém que carregava o
Espírito Santo, a todos nós, quando tomamos uma decisão ao lado de Cristo.
Ficamos diferentes e até nossas palavras são cheias d’Ele. O saltar da
criancinha no ventre de Isabel é uma confirmação da obra de deus em Maria, que se
autentica por meio das palavras: bendita és tu e bendito o fruto de teu ventre.
Outro ponto surge das palavras de Isabel: o trabalho de
Deus em nós é uma bênção pras nossas
vidas. Pode ser que isto soe simples demais aos nossos ouvidos ocidentais, mas
ao falar de bênção, em um contexto judaico, Lucas traz à tona toda a
tradição do Antigo testamento sobre bênçãos e maldições. Se fôssemos discorrer sobre tudo que ocorreu na história do povo judaico sobre este ponto,
ficaríamos horas aqui. Eu quero me deter naquilo que
está cuidadosamente posto aqui por Lucas: em poucas palavras, ele fala que todo
aquele que se compromete com a obra de Deus aqui na terra já está abençoado.
Não somente somos abençoados, mas tudo o que nascerá desta escolha também o
será. Ou seja, tudo aquilo que o judaísmo exigia era somente um tipo desta
nova aliança, baseada individualmente em nosso comprometimento com Deus. Lucas
está descrevendo algo realmente digno de nota, pois tudo aquilo exigido em toda a lei judaica estava sendo substituído nesta nova história. A
confirmação da decisão de Maria por meio das palavras de Isabel é uma
confirmação da bênção de Deus sobre todos nós que nos comprometemos com Ele.
E ai, entramos mais uma vez em nossa época moderna e ficamos estupefatos ao ver tantas exigências sendo impostas ao povo pelos religiosos de nosso tempo. Não basta um comprometimento. É necessário dinheiro, bens, dispor tudo nas mãos de Deus para que ele nos abençoe. Não sei você, mas não me conformo com esse pensamento. Não dá. Já falei sobre esse assunto e não vou me deter mais. Pra mim, nosso comprometimento basta e digo isso baseado no nosso próprio texto. Não é algo somente em palavras, mas tenho provado isso em minha vida. Claro que cada um tem sua experiência e graças a Deus, minha experiência tem sido leve, descarregada de todos esses fardos que são exigidos de tantos e que tanta gente insiste em carregar. Que sejamos mais leves!O sacrifício da cruz, que é o final desta história, já pagou o alto preço da nossa vitória. Insistir em completar essa obra é duvidar da própria vitória de cristo. Amém!
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